Sustentabilidade é uma expressão com a qual Domenico De Masi não concorda, por definição. Para o sociólogo italiano, defensor do 'ócio criativo' (conceito que coloca a plenitude da vida humana na intersecção entre trabalho, estudo e diversão), 'desenvolvimento sustentável, literalmente, significa algo que possa ser prolongado. E, se seguirmos o ritmo atual, o desenvolvimento se esgotará', afirma.
Divergências terminológicas à parte, De Masi aposta na criatividade como elemento vital para a transformação de paradigmas - imprescindível à transição para um novo modelo de desenvolvimento, que prefere chamar de 'economia criativa'. Este, aliás, será o tema de seu próximo livro, que pretende publicar antes no Brasil do que na Itália. Sobretudo porque acredita no país como o grande protagonista desse novo modo de vida. 'No mundo todo, tenta-se criar um novo modelo. O Brasil está em vantagem para isso. É uma democracia que cresce, reduz distâncias sociais e não está em guerra com ninguém', explica.
Para De Masi, além da boa fase econômica, o Brasil carrega valores positivos de forma única. Mas alerta para um problema que supõe estar subestimado: o desemprego. 'A tecnologia reduz a necessidade de trabalho. A cada vez que se introduz uma inovação nesse campo, deveríamos reduzir o horário de trabalho para todos. Se não, o pai vai trabalhar 10 horas por dia e o filho vai ficar desempregado.'
Em passagem por São Paulo, para um bate-papo aberto ao público sobre economia criativa, promovido pela Associação Paulista Viva, o sociólogo falou à revista Ideia Sustentável. Confira a íntegra da matéria de Marília Arantes clicando aqui